domingo, 25 de janeiro de 2015

O toque do vazio.

             Logo depois vieram sofrimentos novos, do não saber quem sou, do que quero, do que devo ser, do que odeio e amo.
             Agora sou atormentado por um novo sofrimento, talvez mais poderoso. As vezes, o medo da morte, o pensar no limbo me enlouquece. O toque do vazio.
             Eu dizia não ter medo da morte, descobri que mentia. O pensar no vazio me traz arrepios, devaneios que me fazem refazer toda a passagem humana na terra, toda a passagem conhecida da vida pelo universo. Ao ver o filme "Procura-se um amigo para o fim do mundo", uma semente se plantou na minha cabeça e começa a se alastrar em proporções apocalípticas. Nossa mente é programada para achar uma solução para os problemas que se põem na nossa frente, porém nossa mente pode pirar quando não há solução, provavelmente entrando em modo de auto-destruição quando percebe que um asteroide do tamanho da lua está em rota de colisão com a Terra e são infinitamente grandes as chances de que seja iminente que você seja tostado e quebrado em partículas voando pelo Sistema Solar. O saber da própria morte, o saber que nem as maiores taxas de improbabilidade que regem nosso pequeno universo podem lhe salvar agora causam um genocídio entre meus neurônios que guerreiam entre si como numa Guerra Santa sem fim. A única coisa que poderia me salvar agora seria a resposta para a pergunta "Existe vida após a morte"?
             Não digo que sou desprovido de fé, crenças, mas até eu constatar que, mesmo no mais improvável efeito placebo, aquilo possa funcionar, não consigo acreditar. Não consigo acreditar também que só pelo fato de eu não ser virgem antes do casamento, de ser bissexual, de eu não me submeter a ordens de uma Igreja que muda continuamente seus mandamentos outrora corretos para se adequar a nova sociedade em constante mudança ou de só não ser capaz de seguir um Deus onipotente que não acaba com o "Mal", eu vou pro inferno. Claro que minhas alegações podem ter ficado meio confusas, necessitando de um outro texto/redação/terapia para explica-las melhor.
            Para meu infortúnio, tais respostas são procuradas, pensadas, usadas, reformuladas, mal-aproveitadas, e escondidas por toda a história da humanidade. Me restam 2 escolhas, morrer ou tentar ser médium. Ambas exigem alto grau de compromisso e, pelo menos por agora, não desejo arriscar nem uma das duas.
             Posso ouvir pessoas dizendo para curtir a vida, para aproveitar oque tem. Realmente, ao meu ver, todas as escolhas do gênero são tentadoras e, por mais que eu tente, não consigo simplesmente colocar tais perguntas de lado e ir curtir a vida. Como curtir a vida é algo completamente vago, podendo dar mil interpretações a cada palavra da sentença "curtir a vida" (isso forma uma sentença? Maldito sono), não é simples pra mim sair por aí e pronto. Talvez eu tenha nascido com algum tipo de deficiência hormonal que me traga tais dúvidas e devaneios, longe da quantidade de uma pessoa normal. Talvez a única razão deste blog nascer e estar (talvez) renascendo com esse texto seja essa loucura que habita um pequeno apartamento alugado dentro da minha mente. Infelizmente (ou felizmente) parece que o contrato do aluguel é vitalício e é mais provável que minha mente se destrua antes mesmo que a loucura.
              Provavelmente o sono não me deixará terminar o texto com um sentido. Provavelmente essa é uma entre outras mil desculpas para eu não conseguir terminar mais um texto sem objetivo definido.
         
         

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