sábado, 24 de maio de 2014

O mundo por mais claro que esteja, é sombrio. 
Tenho medo do que eu possa me tornar. Estou, aos poucos, deixando meu mundo para trás, estou me esvaziando. Sonhos são mais raros, a realidade tomou conta de mim, a chama da esperança em meu coração morre a cada dia que adquiro maturidade. 
O amor em mim está escasso. Está cada vez mais difícil para mim ver as coisas simples como grandes atos. Me torno cada dia mais frio, queria poder amar mais. Acho que essa situação se da a decepções que tive, a dor do amor jovem.
Agora vejo a verdade. Os homens são seres que não conhecem a total capacidade de amar. Nossa guerra espiritual nos levou a um ponto de quase erradicarmos este pontinho de fé. Fé na esperança, fé em um dia melhor, fé em um lugar feliz, fé em uma utopia distante, que por mais que iluda muitos, é nossa única chance de tentar alcançar um melhor amanha.
Estou no limiar de uma decisão, ou escolho a completa lógica racional e abdico de grande parte do meu direito de sentir, ou continuo acreditando na mais sutil, a mais pura e sombria forma de afeto e fraternidade que este vasto mundo ja viu, o amor.
Este texto pode estar sem pé nem cabeça, desculpe por isso. Só busco uma palavra, um conselho, algo que possa fazer as coisas fazerem sentido. É estranho pensar na vida fazendo sentido, pois ela nunca realmente fez. Cada vez que chego perto de uma verdade essencial, surge em meu caminho mais umas três coisas que não levei em consideração. Esta poderia ser uma dúvida boba, aquela dúvida para se pensar na janela do ônibus, aquela dúvida para se pensar cinco e meia da tarde de um domingo, uma dúvida para ficar ali no canto da cabeça, quieta e serena. Porém o caos que ela instala dentro de minha mente tem proporções catastróficas, concentração é uma pescaria dentro da pia, manter o foco tem a dificuldade de contar os pingos de chuva, ter algum tipo de iniciativa tem o peso do mundo em seu colo.
Quando penso que posso simplesmente desistir de tudo, surge a necessidade de se ter uma opinião sobre tudo, saber de tudo. Não encontro a interseção entre lógica e sentimentos, não sou capaz de trazer os dois comigo, eles se odeiam.
Não sei mais como lidar com tudo oque tenho de lidar, tampouco sei oque tenho que lidar. Infinitas perguntas para nenhuma resposta. O rico de infortúnio. O unicórnio sem chifre. Sempre se exigindo um sentido, mesmo nada se tendo lógica. Não tenho certeza sobre nada, não sei de nada e não sei se quero saber de algo.
Amar ou matar? Matar ou morrer? Morrer ou ter piedade? Ter piedade é amar o próximo. Amar o próximo e o que todos nós precisamos. Precisamos morrer, só assim poderemos renascer. Meus pensamentos ja fogem da lógica como cão e gato. Talvez a lógica seja uma mera ilusão, talvez meus pensamentos tenham esquizofrenia. O intuito inicial já se perdeu faz tempo, tanto no texto como no mundo. E como no texto e no mundo, será que se tem um intuito inicial ?

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