segunda-feira, 2 de junho de 2014

Tuas memórias.

   
      Tempos difíceis, não ha como negar. Minha mente viaja velozmente entre teus olhos, uma memória perdida, como você esta longe minha pequena. Lembro-me da época em que eramos felizes juntos. Os poucos momentos juntos eram especiais, eramos inocentes e de amor, embriagados. Quando estava perto de você, mais do que nunca, conseguia sentir algo. Redescobria-mos juntos oque é amor, o simples amor.
       Mas algo mudou, e tão depressa algo se foi, levando-a contigo para os confins do universo.
       Você nunca esteve tão longe como agora. Tento fazer contato, mas nenhum sinal retorna. Já é para mim uma difícil missão olhar em teus olhos, eles fogem sempre que tentamos encontra-los. 
       Perdi o calor da minha estrela, agora só vejo um brilho longínquo de um astro qualquer. Meu sol se foi, agora o mundo é frio e escuro. E fico no dilema, te esquecer e ser feliz ou chorar por algo que se perdeu? 
       Decido por fim te manter como uma coisa boa na minha vida. Não posso ter a audácia de esperar algo assim por muito tempo, a vida está longe disso. Sempre será, pra mim, uma das melhores experiencias da minha vida. Sei que vai ser sempre assim, coisas vem, coisas vão, e raramente há coisas que retornam.
       Não sofra tanto com o passado como eu sofri, saudades e solidão bateram em sua porta pro resto da sua vida, saiba aproveitar os bons momentos, e se eles se forem, não seja ganancioso desejando mais, relembre-os como uma boa memória. Sinta o máximo que puder, isto é o que diferencia você de uma maquina neste corrupto sistema, ainda somos humanos e ainda temos coração. 

domingo, 25 de maio de 2014

       A vida deixou de ser orgânica, virou uma linha de produção em massa. O caminho a se seguir não importa mais, ficamos cegos pela ambição. Penso nisso enquanto escrevo, porém vejo cada vez menor a chance de encontrar na história um grupo de humanos que viviam sua vida em completa paz e harmonia. 
       Começo a perceber como é difícil levar a sociedade à paz, percebo que todos esses anos não foram só aquele "avanço e evolução" que todos dizem, mas também o afastamento do que seria uma sociedade perfeita.
Sempre com suas regras e costumes, a sociedade não aceita o novo, o diferente, nada pode fugir de seus costumes, se fugir, ela irá sufocar o individuo, irá força-lo a aceitar suas regras, irá derruba-lo com toda a plenitude de sua ira, e se mesmo tão longe ele recusar, a sociedade vai mata-lo aos poucos, expulsando-o de sua coletividade.
       As vezes me sinto assim, simplesmente minhas ideias não cabem nesse sistema. Tento me encontrar, mas as vezes nem sequer lembro como eu realmente era, por talvez por nunca ter sido eu. Caminho por dentro do sistema, cada vez mais confusa e angustiada minha cabeça derrete. Ainda não encontrei minha tribo. Ainda não me encontrei, não sei quem sou. As vezes me pergunto se ainda há um caminho de volta, as vezes me pergunto se ainda tenho a capacidade de amar.
        Se há um Deus, imploro por força. Se há uma resposta, torço pra encontrar o caminho. Cansei de torrar minha cabeça com perguntas tolas e com uma resposta simples para todas elas. Cansei de não conseguir terminar textos.

sábado, 24 de maio de 2014

O mundo por mais claro que esteja, é sombrio. 
Tenho medo do que eu possa me tornar. Estou, aos poucos, deixando meu mundo para trás, estou me esvaziando. Sonhos são mais raros, a realidade tomou conta de mim, a chama da esperança em meu coração morre a cada dia que adquiro maturidade. 
O amor em mim está escasso. Está cada vez mais difícil para mim ver as coisas simples como grandes atos. Me torno cada dia mais frio, queria poder amar mais. Acho que essa situação se da a decepções que tive, a dor do amor jovem.
Agora vejo a verdade. Os homens são seres que não conhecem a total capacidade de amar. Nossa guerra espiritual nos levou a um ponto de quase erradicarmos este pontinho de fé. Fé na esperança, fé em um dia melhor, fé em um lugar feliz, fé em uma utopia distante, que por mais que iluda muitos, é nossa única chance de tentar alcançar um melhor amanha.
Estou no limiar de uma decisão, ou escolho a completa lógica racional e abdico de grande parte do meu direito de sentir, ou continuo acreditando na mais sutil, a mais pura e sombria forma de afeto e fraternidade que este vasto mundo ja viu, o amor.
Este texto pode estar sem pé nem cabeça, desculpe por isso. Só busco uma palavra, um conselho, algo que possa fazer as coisas fazerem sentido. É estranho pensar na vida fazendo sentido, pois ela nunca realmente fez. Cada vez que chego perto de uma verdade essencial, surge em meu caminho mais umas três coisas que não levei em consideração. Esta poderia ser uma dúvida boba, aquela dúvida para se pensar na janela do ônibus, aquela dúvida para se pensar cinco e meia da tarde de um domingo, uma dúvida para ficar ali no canto da cabeça, quieta e serena. Porém o caos que ela instala dentro de minha mente tem proporções catastróficas, concentração é uma pescaria dentro da pia, manter o foco tem a dificuldade de contar os pingos de chuva, ter algum tipo de iniciativa tem o peso do mundo em seu colo.
Quando penso que posso simplesmente desistir de tudo, surge a necessidade de se ter uma opinião sobre tudo, saber de tudo. Não encontro a interseção entre lógica e sentimentos, não sou capaz de trazer os dois comigo, eles se odeiam.
Não sei mais como lidar com tudo oque tenho de lidar, tampouco sei oque tenho que lidar. Infinitas perguntas para nenhuma resposta. O rico de infortúnio. O unicórnio sem chifre. Sempre se exigindo um sentido, mesmo nada se tendo lógica. Não tenho certeza sobre nada, não sei de nada e não sei se quero saber de algo.
Amar ou matar? Matar ou morrer? Morrer ou ter piedade? Ter piedade é amar o próximo. Amar o próximo e o que todos nós precisamos. Precisamos morrer, só assim poderemos renascer. Meus pensamentos ja fogem da lógica como cão e gato. Talvez a lógica seja uma mera ilusão, talvez meus pensamentos tenham esquizofrenia. O intuito inicial já se perdeu faz tempo, tanto no texto como no mundo. E como no texto e no mundo, será que se tem um intuito inicial ?