segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Tenho medo de dizer que te amo.


Tenho medo de dizer que te amo
Medo do passado assombrar meu futuro
Medo das possibilidades 
Medo do poder de uma só palavra

Tenho medo de dizer que tenho medo
Medo que minha fraqueza a assuste
Medo que minha coragem seja errada
Medo que o medo não me deixe ama-la

Tenho fé
Fé que não vou ter medo
Fé que minha coragem te traga pra perto
Fé que ficarei contigo
Tenho medo da minha instável fé.

terça-feira, 9 de junho de 2015

A Despedida.


Rios refletem a tristeza
E ao peito repousam dóceis e salgados
Entram na carne, digerem o coração
Brisas geladas escalam a coluna
Em um baque, joelhos encontram o chão

O explorador se reprime
Os rios fazem muito barulho
Um estrondo ecoa ritmado
Em mi menor se escuta
Meu tempo chegou, é hora de descansar

Farpas namoram as palmas
Lama e couro às observam
A voz corre e se esconde
Sob a trêmula forma ao chão
Florestas verdes em órbita cristalina convidam o andarilho a ficar

Tambores esfaqueiam a alma
Ritmadas pernas caminham em direção ao mundo
Enquanto o espirito caído deixado para traz comete suicídio
Pesadas, as lágrimas caem em ambos os rostos
A última vela do recinto se apaga






terça-feira, 26 de maio de 2015

Não sou especial.

     Agora entendo as palavras de Tyler.
     Não sou especial.

     Dizem que escrevo bem; minha escrita é medíocre, o resto do país que escreve mal. Dizem que desenho bem; nada mais faço do que tentar retratar mais perfeitamente a realidade, colocando mais detalhes e ser mais realista. Dizem que sou inteligente; nada na minha cabeça faz sentido, nem mesmo consigo conviver com a falta de sentido da existência. Dizem que devo sonhar, mas isso eu não consigo.
     Sobrevivo a cada dia.
     Oque me fazia seguir em frente era deixar e fazer as pessoas felizes, nunca consegui me fazer feliz. Porém até isso fugiu de mim.
     Oque me resta agora ?
     Chega de talvezes e esperanças, um dia em que conseguirei ser feliz sozinho não chegará e ada dia estou mais sozinho.
     Só quando acendemos o segundo que percebemos o quão fudidos nós estamos. Tenho medo de chegar no terceiro.
     As tentativas falhas de preencher a minha vida com algum sentido me cansam.
Minha escassez espiritual me destrói.
     Cada dia me afundo no vazio, na lacuna de minha existência. A única coisa que me resta é o mundo com sentido que um livro pode trazer. Porém a falta de concentração e foco atrapalham minha jornada. Agora, novamente me prendo no dilema de colocar um fim satisfatório no caos. Um desfecho que complete o ciclo, o nó no fim da corda. 
     Meu fio de prata não passa de um emaranhado fosco.
     Enquanto meus sonhos forem criados por outros, não poderei sobreviver. Respeito os medíocres que vivem nos sonhos adotados, respeito o sentido que suas vidas conseguem tomar. Respeito também os que conseguem amar, respeito quem somente sobrevive. Respeito-lhe se conseguir por um pingo de razão no vazio. Fazendo bem a si mesmos, vocês fazem indiretamente bem a sociedade. Realmente, a ignorância é uma virtude.
     Vão, comam, bebam, fumem, fodam, viajem, entorpeçam-se, socializem, dividam, compartilhem, vivam, achem, doem, comprem, aproveitem, só cuidado ao pensar. Pensar é perigoso. 

terça-feira, 21 de abril de 2015

Paradoxo das 3 rosas.


cicatrizes que contam histórias 
de tempos perdidos,
dores em sangue
pelo chão,
pela ralo,
pela mão,
sangrando coração partido em
3 rosas
que da cor tiram 
tristeza e solidão
de se viver em vão
seguindo a vida são
pisando na poeira do chão
onde esquecidos comem o pão que
 o cão deixara para trás, em vão,
 o amor pagão que causara 


segunda-feira, 9 de março de 2015

Dias de Outono.

Dos teus olhos castanhos
Ao solo de folhas
As mechas são ruivas

Das copas das árvores
Do teu peito branco
Ao céu contemplar
A vida morre e ainda vive

Da metamorfose do pensamento
À beleza da paixão
A calidez da razão perde-se em meus devaneios.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Gastrite.

Antigamente uma dose me satisfazia
Hoje o litro me deixa acordado
Ontem era você que dizia
Que eu ia ficar viciado

Pois bem, estava certo
Já é difícil me manter acordado
Dor de cabeça eu sinto
Quando uma xícara não está ao meu lado
 café <3

domingo, 25 de janeiro de 2015

O toque do vazio.

             Logo depois vieram sofrimentos novos, do não saber quem sou, do que quero, do que devo ser, do que odeio e amo.
             Agora sou atormentado por um novo sofrimento, talvez mais poderoso. As vezes, o medo da morte, o pensar no limbo me enlouquece. O toque do vazio.
             Eu dizia não ter medo da morte, descobri que mentia. O pensar no vazio me traz arrepios, devaneios que me fazem refazer toda a passagem humana na terra, toda a passagem conhecida da vida pelo universo. Ao ver o filme "Procura-se um amigo para o fim do mundo", uma semente se plantou na minha cabeça e começa a se alastrar em proporções apocalípticas. Nossa mente é programada para achar uma solução para os problemas que se põem na nossa frente, porém nossa mente pode pirar quando não há solução, provavelmente entrando em modo de auto-destruição quando percebe que um asteroide do tamanho da lua está em rota de colisão com a Terra e são infinitamente grandes as chances de que seja iminente que você seja tostado e quebrado em partículas voando pelo Sistema Solar. O saber da própria morte, o saber que nem as maiores taxas de improbabilidade que regem nosso pequeno universo podem lhe salvar agora causam um genocídio entre meus neurônios que guerreiam entre si como numa Guerra Santa sem fim. A única coisa que poderia me salvar agora seria a resposta para a pergunta "Existe vida após a morte"?
             Não digo que sou desprovido de fé, crenças, mas até eu constatar que, mesmo no mais improvável efeito placebo, aquilo possa funcionar, não consigo acreditar. Não consigo acreditar também que só pelo fato de eu não ser virgem antes do casamento, de ser bissexual, de eu não me submeter a ordens de uma Igreja que muda continuamente seus mandamentos outrora corretos para se adequar a nova sociedade em constante mudança ou de só não ser capaz de seguir um Deus onipotente que não acaba com o "Mal", eu vou pro inferno. Claro que minhas alegações podem ter ficado meio confusas, necessitando de um outro texto/redação/terapia para explica-las melhor.
            Para meu infortúnio, tais respostas são procuradas, pensadas, usadas, reformuladas, mal-aproveitadas, e escondidas por toda a história da humanidade. Me restam 2 escolhas, morrer ou tentar ser médium. Ambas exigem alto grau de compromisso e, pelo menos por agora, não desejo arriscar nem uma das duas.
             Posso ouvir pessoas dizendo para curtir a vida, para aproveitar oque tem. Realmente, ao meu ver, todas as escolhas do gênero são tentadoras e, por mais que eu tente, não consigo simplesmente colocar tais perguntas de lado e ir curtir a vida. Como curtir a vida é algo completamente vago, podendo dar mil interpretações a cada palavra da sentença "curtir a vida" (isso forma uma sentença? Maldito sono), não é simples pra mim sair por aí e pronto. Talvez eu tenha nascido com algum tipo de deficiência hormonal que me traga tais dúvidas e devaneios, longe da quantidade de uma pessoa normal. Talvez a única razão deste blog nascer e estar (talvez) renascendo com esse texto seja essa loucura que habita um pequeno apartamento alugado dentro da minha mente. Infelizmente (ou felizmente) parece que o contrato do aluguel é vitalício e é mais provável que minha mente se destrua antes mesmo que a loucura.
              Provavelmente o sono não me deixará terminar o texto com um sentido. Provavelmente essa é uma entre outras mil desculpas para eu não conseguir terminar mais um texto sem objetivo definido.